Assim que me sento na secretária, os meus dedos fervilham á procura de abrigo e salvaguarda nas palavras. È intuitivo...quase que nem preciso raciocinar...escrevem sozinhos, o tema já está mais que escolhido e deixo-me levar.
Tanto que agradeço a Deus este meu Dom ( se assim lhe posso chamar), é através das mesmas que a frustração ou até mesmo a alegria são manifestados no seu estado mais puro.
Neste momento, muito francamente estou a tentar-me conter... tento desesperadamente o que a mão insiste em dizer e trespassar para a tela deste computador que ás tantas já me conhece melhor que eu própria.
Quando estou diante dele é quase como se comunicasse comigo... - Anda! Senta-te e escreve, revela-me o que te vai na alma, o que te corrói, o que te preocupa e por vezes não te deixa dormir.
Agradeço mais uma vez o meu dom...é através da palavra que consigo ser eu e muito francamente não me interessa o publico que me lê... tenho os meus momentos e este é apenas o simples desabafo da minha mão já se sentindo presa por não escrever. Confesso que o tenho evitado.... ultimamente quando o fazia era para trabalhar na minha obra, no meu projecto que adoro e pelo qual estou apaixonada mas que me dói tanto escrever... cada transcrição, memória ou expressão é cravado no meu peito e tenho que confessar.... afasto-me da secretária, do pc e até mesmo da divisão que trato por escritório e onde guardo tudo o que é meu e se relaciona com as minhas palavras e com o que mais me dá gozo fazer.
Peço desculpa a quem me lê se hoje não ofereço um tema uma teoria mas sinto-me como que incendiada e ainda numa espécie de fase de rescaldo.... tudo nas minhas palavras se reflecte na verdade e neste momento a verdade não passa de uma mentira e por isso não falo, calo e lambo a ferida como assim tem que ser.
Hoje ofereço uma espécie de não sei quê de umas quantas palavras ao Deus dará... como já disse.... são os meus dedos que me transcrevem e traduzem, são as minhas mãos que aqui estão...
Um beijinho.... muita paz a quem me lê...procuro neste momento, desesperadamente a minha, o meu lugar ao sol...
Sempre vossa
Cuca***
