Há bem pouco tempo fui obrigada a aprender a lidar com a perda ou com a morte...tanto me faz como lhe queiram chamar. Não é a sua denominação que muda o sentimento de angústia que nos transmite, não é a sua melhor definição que nos vai permitir voltar a ter aquela pessoa perto de nós.
Não chorei muito, confesso.... não fui capaz.... não porque não senti mas porque a minha dor, a tua ausência se continua a traduzir no simples facto de fechar os olhos. Tenho sonhado contigo minha avó... falas-me como se estivesses aqui...perguntas-me pelo pequenino e eu digo- te que ele está bem.
Não chorei muito na nossa despedida e não consigo explicar o porquê... foi mais fácil para mim fechar os olhos e imaginar que estarias num sítio melhor que não ali.... mas senti, senti-te, senti os nossos, as lágrimas e os rostos apagados de dor. Senti a tua perda quando me vi obrigada a segurar na mão do meu pai e a ter que lhe dizer que ia ficar tudo bem. Senti de cada vez que alguém me abordava e lamentava a tua partida,,, senti, senti e senti....
E voltei a sentir.... no momento em que entrei em tua casa... percorri cada canto á tua procura, costumas estar logo ali sentada á lareira... e voltei a procurar mas não te vi! Foi quando me apercebi da tua cadeira vazia que me consegui libertar.... foi quando as lágrimas conseguiram desprender-se de toda a angústia e tristeza acumulada naqueles, nos nossos ultimos dias.
Partiste minha avó mas continuas aqui.... sempre que fecho os olhos...estás aqui!
O menino está bem... e nós? nós limitamo-nos a viver um dia de cada vez aprendendo a lidar com a tua ausência e como te sentimos na tua ausência!
Um beijinho avó.... não chorei muito mas tanto que sofri....sabes como somos....capazes de calar qualquer tipo de emoção.... contudo, guardada nas profundezas do meu coração!
Sem comentários:
Enviar um comentário