sábado, 20 de julho de 2013

Tentar esquecer o inesquecível...

Há determinadas alturas da nossa vida em que nos vimos obrigados a esquecer ou pelo menos, a tentar esquecer alguém... e essa missão árdua, que dói de doer, magoa a valer, só me faz lembrar uma desintoxicação, a dura tentativa de largar um vicio, um hábito, algo que faz bem ou mal, certo ou errado, mas que faz parte de nós e do nosso dia-a-dia.
Para mim e na minha opinião, traduz-se em tortura, é matar-me dura e lentamente e fazer mal a mim própria, igual a pegar numa faca e abrir uma ferida na pele...
Ter que esquecer alguém é apunhalar-me a mim mesma e dizer não ao que sinto, ao que quero e áquilo em que ( de forma certa ou errada) acredito.
 
E é uma verdadeira luta sermos obrigados a deixar aquilo que queremos...
 
 
Tem dias que parece fácil... uma bebida, uma companhia, uma saída, um livro e uma nova historia para ouvir... dá até a sensação que já conseguimos e chega-se mesmo a pensar que afinal, não custou assim tanto e que podemos seguir em frente sem qualquer ressentimento ou culpa... somos grandes, os heróis, os resistentes e os falsos vencedores de uma batalha que ainda só agora começou...e nós sabemos, no fundo sabemos que longe da vista longe do coração é treta mas insistimos em encerrar um capitulo ao qual ainda faltam muitas virgulas e pontos de exclamação!
E eis que vem um dia, um dia comum a tantos outros em que nos sentimos fortes e seguros, prontos e aptos, uma hora em que sentimos um perfume, uma voz, uma musica, a sua presença... um dia em que somos confrontados com o (in)esperado e é aí que o nosso mundo desaba e percebemos que temos uma grande guerra pela frente...qual espada afiada para combater se a mesma se atravessa em nós como punhal e nos arranca todos os gritos silenciados!!
 
A sensação costuma traduzir-se em fraqueza nos joelhos, leves enjoos e dores no estomago... assim mesmo, como se tivéssemos levado um grande murro ou um pontapé que nos faz ceder, cair, lamentar e chorar...
Lamentar que afinal de contas, não somos assim tão fortes, que gostamos de lembrar e que continuamos viciados no vicio de querer, gostar, amar...
Dói que mata tentar esquecer, porque a isso somos obrigados e considero tal luta contranatura; Deveríamos poder estar com quem queremos e gostar só porque sim... no entanto, não sendo possível viver o conto de fadas, chega o momento de dizer adeus quando se quer ficar, ignorar quando se quer abraçar, sorrir quando se quer chorar...
 
Quando tentamos esquecer alguém que nos marca, que se distingue e faz de nós outro alguém é suicídio.... existe uma morte na alma, no peito, em nós... não há memória, recordação que não teime em aparecer e a nós só nos resta lutar....
Meus amigos, nestes casos, não há tempo que nos valha e  há que aprender a enfrentar e a admitir que é um processo longo, delicado e duro onde não há lugar a cenas grandiosas e vitórias facilitadas.
Deixar alguém para trás é tirar um bocado a nós próprios e isso, independentemente, do que o futuro nos reserva, jamais iremos esquecer!!
 
A mim, já me aconteceu... e aproveito para lhe dizer, que não esqueci...!!
 
 
 
 
Beijinhos e Abraços
 
 
 
 
 
 
 
 


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